terça-feira, 30 de março de 2010

Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacional para Educação das Relações Etnicorraciais e para o Ensino de Historia e Cultura Afrobrasileira e Africana.

Encontro em São Carlos reafirma a urgência de institucionalização do Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacional para Educação das Relações Etnicorraciais e para o Ensino de Historia e Cultura Afrobrasileira e Africana.

Promovido pelo Neab/UFSCar, Ação Educativa, CEERT, CEAFRO e Unesco, o encontro O Papel da Sociedade Civil na Implementação do Plano Nacional da lei 10639/2003, realizado no Campus da UFSCar nos dias 17 e 18 de março último definiu estratégias destinadas a acelerar o processo de implementação do Plano Nacional da 10639 e de incidência na construção do novo Plano Nacional de Educação (2011-2020).

O encontro avaliou que o processo de implementação da lei 10639 ainda sofre de baixa institucionalidade nos sistemas de ensino, caracterizada por projetos descontínuos e de pouca articulação com as políticas educacionais.

Acreditando na necessidade de que o Plano seja assumido como uma política de estado e não de governos, o encontro resultou em agenda de ação política, que tem na Conferência Nacional de Educação-CONAE 2010, que se inicia no próximo dia 28 de março em Brasília, um de seus principais espaços de atuação. Garantir a aprovação de propostas de valorização da diversidade etnicorracial nos diversos eixos da CONAE é fundamental para o fortalecimento do Plano. Outra ação definida no encontro foi a de mais pressão junto ao MEC, pois cabe ao órgão assumir seu papel de indutor do processo de implementação da lei.

O encontro também destacou a importância de tornar o Plano amplamente conhecido nos diversos espaços das políticas educacionais - formação, avaliação, material didático, financiamento, entre outros -, além do papel relevante que ocupa a sociedade civil nas articulações e no fortalecimento de alianças, além do monitoramento periódico do que foi realizado e do que ainda precisa ser conquistado.

Fonte: Geledés Institulo da Mulher Negra

Ser Quilombola

Do que adianta ser livre e viver acorrentado ao passado?

Do que adianta ter pernas, se não pode andar, ter braços e poder voar?

Do que adianta ter sonhos e pagar por eles?

Do que adianta querer e não conseguir?

Do que adianta lhe dar asas e cortá-la novamente?

Do que adianta amar o próximo se me ensinam a odiá-lo?

Do que adianta ter leis, se não nos defendem?

Do que adianta aprender, se não posso ensinar?

Do que adianta ter cultura, se não poso preservá-la?

Do que adianta buscar, se não tem onde ir, ou não sei ir?

Do que adianta nadar e morrer na praia?

Do que adianta sorrir, se meu coração chora?

Do que adianta os sonhos, se não posso realizá-los?

Do que adianta me adianta querer ser alguém na vida, se a vida não deixa ser alguém?

Do que adianta ter tantas coisas no mundo, se não podemos tê-las também?

Do que adianta estudar, se não posso ter curso superior?

Do que adianta querer dar um futuro melhor para os meus filhos, se não posso dar?

É a vida de quem mora em um quilombo é assim:

Sonhar, sonhar, sonhar.

Querer, querer e querer.

Lutar, lutar e lutar.

Quem sabe um dia vencer.
 
(Maria Helena Kalunga)