sexta-feira, 5 de março de 2010

Selvageria e Barbárie têm Cor?

Selvageria e Barbárie têm Cor?  (Profº. Joilson Cruz)


Há cerca de dois meses atrás, após o tremor sísmico que abalou o Haiti, a mídia televisiva e a imprensa escrita, divulgavam imagens e reportagens relatando a “Selvageria e Barbárie” da população haitiana que saqueavam os caminhões da ONU de ajuda humanitária, que levavam alimentos e água. Uma vez que esta população já estava há dias sem ter acesso a estes produtos de primeira necessidade.



Víamos fotos estampadas nos periódicos nacionais e imagens nos programas da televisão, acompanhadas por reportagens que levava o leitor e o telespectador, a entender que aquilo se passava pelas condições de barbárie e organização de atraso tribal que se encontravam aquela população, que não por acaso era totalmente negra e afrodescendente.



Hoje, após o abalo sísmico que infelizmente abalou o Chile, país este que tem o maior nível de IDH (Índice de desenvolvimento humano) e de desenvolvimento social da América latina, vemos a mesma cena, só que com uma grande diferença. Ao invés de estar à população a saquear gêneros alimentícios, vemos através da imprensa a população a invadir lojas, para saquearem produtos eletrônicos como televisores, geladeiras, DVDs, maquinas de lavar e produtos similares, e por incrível que pareça, não vemos a imprensa a dizer, tratar-se de um “ato de barbárie e de selvageria” desta população, que é composta de descendentes indígenas, possuindo também, uma significativa população eminentemente branca e eurocêntrica.



Sendo assim faz-se necessário fazermos uns importantes questionamentos:



Será que a barbárie e a selvageria, só esta relacionada aos atos praticados pelos negros e descendentes africanos do Haiti?



Será que saquear caminhões em busca de alimentos e água, em função da inoperância de organismos governamentais é mais primitivo e bárbaro, do que invadir e saquear lojas em busca de aparelhos eletrônicos que não teriam uma utilização imediata nestas situações?



Guardo comigo um pressentimento que o preconceito e o racismo na imprensa podem estar presentes nas mínimas coisas, desde que estejamos atentos a observar a forma como ele se manifesta e se desenvolve em nosso cotidiano, Como já dizia Boris Casoy, que foi pego em uma pratica racista e discriminatória “Isto é uma vergonha”.




Profº. Joilson Cruz
Mestre em Geografia UFBA
Professor de Geografia UNEB (Campus V) e IFBA (Campus Salvador)


terça-feira, 2 de março de 2010

Deputado José Candido Convida Chá da Tarde com os Religiosos (as) de Matrizes Africanas

Deputado José Candido Convida para Chá da Tarde com os Religiosos (as) de Matrizes Africanas

Endereço: Rua Carlos Samapio, 300 - Bela Vista
Horário: 16 às 18:30
Referencia: Próximo ao Metrô Brigadeiro e ao Hospital Sta Catariana

segunda-feira, 1 de março de 2010

Respeito às Religiões de Matriz Africana em Debate

Dep. Estadual José Candido e o Ministro Edson Santos

Patrocinada pela Frente Parlamentar da Igualdade Racial da Assembleia Legislativa, realizou-se na quinta-feira, 25/2, uma reunião com representantes de religiões de matriz africana e o ministro Edson Santos, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), para discutir o Plano Nacional de Política de Promoção da Igualdade Racial, que está em elaboração (Planapir). Estabelecida no ano de 2003, a Seppir tem como meta estabelecer iniciativas contra as desigualdades raciais no país, promovendo a igualdade e a proteção dos direitos de indivíduos e grupos raciais e étnicos afetados pela discriminação e demais formas de intolerância, com ênfase na população negra. Também visa acompanhar o cumprimento de acordos e convenções internacionais assinados pelo Brasil que digam respeito à promoção da igualdade e combate à discriminação racial ou étnica, conforme exposição feita por Alexandro da Anunciação Reis, subsecretário de Políticas para Comunidades Tradicionais. Ainda segundo Reis, dentre os princípios do plano nacional está estabelecer a liberdade de crença e culto, mantendo a laicidade do Estado. As estratégias para implantação abrangem todos os setores sociais, passando pela educação, saúde, meio ambiente e moradia. Representantes das diversas organizações religiosas de origem africana presentes levantaram questionamentos sobre o Plano Nacional, conclamando pela união e respeito pelas diversas vertentes religiosas de matriz africana. Ressaltaram também que, pela primeira vez, a questão racial e das religiões de origem africana estão sendo discutidas e alvo de ações de valorização por parte do Poder Público. O ministro Edson Santos reconheceu as dificuldades, tanto de divulgação do Planapir quanto de organização do povo de santo, como as geradas por ataques de neopentecostais. Ele respondeu aos questionamentos, explicou que o Plano Nacional está sendo avaliado e discutido em todo o país com lideranças religiosas afro-brasileiras.
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26/02/2010 16h17
Da Redação da ALESP - Monica Ferrero